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A INFLUÊNCIA DO CLIMA NA COLHEITA DA SOJA

A soja no Estado de Minas Gerais iniciou com perspectivas positivas para a safra, uma vez que, no mês de novembro apresentou alta pluviosidade fazendo com que as plantas se desenvolvessem bem. No entanto, no mês de dezembro as lavouras sofreram com a grande estiagem, nesse período algumas regiões de Minas Gerais ficaram cerca de 25 dias sem chuvas ou apresentaram precipitações irregulares e mal distribuídas, prejudicando assim o desenvolvimento da soja no Estado.

Com os problemas climáticos e os rumores de queda da produção em até 15% (quando comparado com a safra passada) muitos sojicultores chegaram até a procurar empresas financeiras para realizar o seguro da lavoura. Se a falta de chuvas no período de desenvolvimento das plantas preocupou a todos, outro problema enfrentado foi a presença de chuvas no período da colheita que acabou culminando no seu atraso. As lavouras ao ponto de serem colhidas e a presença de precipitações fez com que os produtores ficassem apreensivos com o plantio da safrinha que estava aproximando. Sendo assim, ocorreu uma grande busca por colheitadeiras pelos sojicultores do Sul de Minas, uma vez que, na região a operação é realizada predominantemente por prestadores de serviços. A grande oferta de áreas a serem colhidas e a alta demanda por máquinas fez com que as empresas especializadas em colheitas não conseguissem atender a todos.

Além da possível queda na produtividade e os problemas climáticos enfrentados no período da colheita, os sojicultores também ficaram preocupados nesse início de ano devido às incertezas dos preços. O enfraquecimento dos prêmios para exportação de soja no Brasil fez com que as vendas desacelerassem. O prêmio nada mais é do que um valor extra pago ao produtor pela exportação de grãos. Há um ano, o valor do prêmio girava em torno de US$ 1 por bushel (sendo que 1 bushel é o mesmo que 27,22 Kg) e hoje o valor pago está em torno de US$ 0,40 por bushel.

Essa estagnação das exportações de soja pode colocar em risco até o armazenamento de milho, pois se aproxima um grande volume a ser colhido na safrinha. O volume de soja comercializado nesse ano corresponde a 51% da safra, valor esse igual se comparado ao mesmo período no ano passado. A diferença é que, no ano passado, a comercialização nesse período estava apresentando crescimento constante.