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SÃO GONÇALO DO SAPUCAÍ CRESCE NO CULTIVO DE UVA E TORNA-SE REFERÊNCIA NA REGIÃO

O Sul de Minas Gerais é conhecido mundialmente pela pecuária leiteira e a alta produção de café, sendo o café reconhecido principalmente pela qualidade que esses possuem. No entanto, o cultivo de uva em Minas Gerais vem crescendo radicalmente, fazendo com que a região desponte como uma das principais regiões produtoras da fruta no país.

Em São Gonçalo do Sapucaí é possível perceber o rápido crescimento de área cultivada. No ano de 2017 111 hectares era a área em produção, já no ano de 2018 essa área subiu para 170 hectares. Essa é a segunda maior área do estado, ficando atrás somente de Pirapora, cidade situada no Norte de Minas Gerais.

Em conjunto com a expansão de área, a produção também aumentou. No ano de 2018, o município de São Gonçalo do Sapucaí foi responsável por quase metade da produção do Sul de Minas Gerais. A cidade produziu em torno de 1678 toneladas da fruta, sendo a região responsável pela produção de 3978 toneladas. Esses números são grandiosos para a cidade, que se tornou o 4º município de maior produção de uva em Minas Gerais. O cultivo da uva na região teve inicio basicamente como uma forma de variar a fonte de renda e principalmente diversificar a produção, para que os produtores não ficassem reféns somente da cafeicultura e pecuária.

O Sr. Luiz Antônio Frezza (in memoriam) foi o pioneiro na produção de uva em São Gonçalo do Sapucaí. Há 20 anos ele começava a plantar as primeiras mudas, formando um parreiral de 100 mil plantas da variedade Niágara para a produção de uvas de mesa. O Sr. Luiz Frezza trouxe para a região pessoas do estado de São Paulo e Paraná para trabalhar na modalidade de meeiros, que com o sucesso na colheita, compraram suas próprias terras e começaram suas plantações.

O Sr. Marcio Roberto Pereira, que gentilmente recebeu a equipe COOPERVASS em sua propriedade, é uma dessas pessoas que vieram para São Gonçalo do Sapucaí para trabalhar com o Sr. Luiz Frezza e é um dos 50 produtores de uvas cadastrados na cidade. O Sr. Marcio possui cerca de 32 mil plantas da variedade Niágara que produzem em torno 100 toneladas anualmente.

A grande oferta de uva no estado de São Paulo faz com que o mercado seja escasso para produtores do Sul de Minas Gerais que buscam outros mercados para destinação da produção. Com esse empecilho para escoar sua produção para São Paulo, o Sr. Marcio por exemplo envia sua produção principalmente para os grandes centros como Belo Horizonte - MG e Rio de Janeiro - RJ, sendo destinada apenas 10% para Pouso Alegre – MG o que acaba sendo feito também por outros produtores da região. Baseado na lei de mercado, conhecida como oferta e demanda, quando a demanda é grande e a oferta da fruta torna-se baixa em São Paulo, que é o um grande centro consumidor, o comprador vem atrás de produtores da nossa região e acabam pagando na caixa de 5 Kg valores acima do comum, chegando a pagar até R$ 40,00/caixa, sendo o preço médio de mercado cerca de R$ 20,00/caixa. Preços fora do comum geralmente ocorrem em períodos com grande demanda da fruta, principalmente no final de ano, como Natal e Réveillon.

Os produtores da região estão sempre buscando novas tecnologias e métodos de manejo, pensando sempre na diminuição de custos e principalmente no aumento da produtividade. O primeiro passo está sendo a reforma dos parreirais, com a adoção de mudas mais resistentes como a IAC 766. Diante da adoção da nova variedade, o segundo passo iniciou-se com a tecnificação do manejo, onde produtores estão migrando para o sistema de “Y” que, além da maior produtividade e diminuição dos custos de manejo, o sombreamento promovido pelo maior enfolhamento faz com que os cachos sejam mais uniformes e com a coloração que o mercado consumidor requer.

O custo para implantação do sistema “Y” é em torno de 5 vezes mais caro do que o manejo comum, mas esse elevado valor investido é rapidamente pago com a grande produção do parreiral. O sistema “Y” aumenta 6 vezes a produção do parreiral, com o sistema comum uma planta pode produzir cerca de 0,5 caixa/planta, já com o sistema “Y” a produção pode chegar a mais de 3 caixas/planta. Sendo assim, por meio do novo manejo o Sr. Marcio, por exemplo, acredita que quando terminar a reforma de seu parreiral, sua produção poderá chegar a 150 toneladas de uva. Além da produtividade, outra vantagem nesse método de condução é a facilidade no manejo fitossanitário, nesse sistema os cachos ficam dependurados livres de folhas.

Sendo assim, o produto aplicado pode atingir por inteiro o cacho, gerando frutos de melhor qualidade. Além disso, a ausência de folhas próximas aos cachos é importante também para melhor comercialização dos frutos, como pode ser explicado pelo Sr. Marcio: “A proximidade das folhas com os cachos prejudica a estética das frutas, pois as folhas quando entram em contato com os cachos faz com que as frutas ganhem um sinal como se algo tivesse esfregado no fruto, com essa fisionomia, esses cachos são deixados de lado pelo mercado consumidor”.

O manejo fitossanitário deve ser sempre cumprido à risca, uma vez que, um descuido pode acabar com a produção e até com o parreiral. A principal doença que os produtores da região combatem nas videiras é o míldio, uma doença que ataca primeiramente as folhas, sendo visto seu sintoma final já nas frutas que é conhecido popularmente como a podridão dos cachos.

O controle de pragas é outra questão importante no manejo da uva. O controle da cochonilha não deve ser deixado de lado, uma vez que, se não combatida pode dizimar todo parreiral. Outra praga que prejudica os cachos de uva é a presença de caramujo nas lavouras, o controle químico pode ser realizado, mas a maior eficiência é obtida por meio do controle biológico.

Esse controle no caso da propriedade visitada é realizado com a criação de Galinhas da Angola. O Sr. Marcio Pereira possui cerca de 60 galinhas e diz que a presença desses animais é muito importante. “O controle químico pode ser realizado, mas além de maior custo, pode correr risco de contaminar outros animais, portanto o controle biológico com as Galinhas da Angola é mais viável, uma vez que, elas se alimentam principalmente dos insetos presentes nas lavouras”.

O princípio básico na agricultura hoje é a busca por agregar valor ao produto final e com a uva não é diferente, a busca por certificações é uma alternativa para os produtores. O Sr. Marcio assim como todos os produtores seguem todas as regras e esperam o quanto antes conseguir suas certificações. “O controle biológico de algumas pragas, como o caramujo, eu já faço com as Galinhas da Angola. Mas só isso não basta para conseguir a certificação, tem muitas regras a serem seguidas e devo ter em um caderno o controle de todo o manejo desde a mão de obra utilizada até mesmo os produtos que foram utilizados na lavoura”, ressalta o produtor.

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