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UM OLHAR SOBRE O MERCADO DE CAFÉ - O QUE ESPERAR?

O mercado de café segue, tecnicamente falando, nos intervalos de preço de 108,00 a 112,00 centavos de dólar por libra peso, nos terminais da bolsa de Nova York (ICE), fato que resulta em preços faturados de R$ 425,00 a R$ 440,00 para a saca de 60 Kg do café tipo 6/7 com 15% de catação bebendo duro, com aspecto bom. O que se pode esperar para os próximos meses?

A situação que o mercado vive hoje, meses atrás foi visualizada em função da oferta que se previa pelo Brasil. Algumas empresas mais otimistas apontavam que o país teria uma produção acima de 60 milhões de sacas de café, somatório de arábica e robusta. O fato é que, mesmo sendo um pouco diferente da realidade dos números que estão sendo colhidos, os 60 milhões pronunciados no passado, passam a ter pouca influência sobre o que vem acontecendo no mercado atual. Isto porque o número já foi precificado, desta forma, pouco impacto trará para as cotações; contudo o produtor verá o mercado se comportando de forma diferente caso o volume a ser colhido supere as expectativas das principais estimativas ou que venha muito abaixo das mesmas.

Uma outra informação importante é a velocidade que esta safra chega ao mercado. Isto sim poderá trazer impactos. Aliado a esta questão não se pode esquecer que o período compreendido de julho a outubro concentra o grande volume das liquidações de contrato futuro e CPR. O mercado fica mais abastecido e com isto mais pressionado. Com isto, caso se tenha muita oferta certamente haverá uma pressão nos preços e daí o mercado poderá experimentar novos níveis, abaixo do que já vem sendo praticado ultimamente. O que poderá salvar esta situação?

Quando se fala em estoque de café no mundo, variável que ajuda a determinar o preço da commodity, o arábica vem trabalhando com mais sobras do que o robusta, onde o principal produtor é o Vietnã. Dentro deste contexto, poderá ocorrer em algum momento de mercado, uma substituição de variedades por parte da indústria, ou seja, na falta ou na dificuldade de se abastecer de robusta, a indústria poderá buscar mais arábica (inferiores ou não) nos blends oferecidos ao mercado. Esta situação poderá ser estendida também para o Brasil, o qual possui um mercado consumidor bem ativo e grande, aproximadamente 22 milhões de sacas ano.

Na prática, a demanda de cafés inferiores atrelada ao aperto de oferta do robusta poderá dar sustentação ao mercado. Isto também afetará os diferenciais de preço das duas qualidades de café, fazendo com que ela se estreite com o passar do tempo. Atualmente, os diferencias no Brasil já estão em níveis irrisórios. Vale lembrar das práticas atuais, onde uma bica finíssima hoje é cotada ao preço de R$ 440,00 e um café rio ao preço de R$ 405,00. Isto conclui o que está se falando. Contudo isto poderá se estreitar ainda mais, em função dos estoques mundiais de robusta pronunciados acima.

Além desta questão fundamentalista, tem-se ainda outros fatores que aterrorizam o café, como câmbio, posição de fundos de investimentos no mercado de café, acordos internacionais sendo ameaçados, conflitos políticos, etc. Considerando que o mercado de café é sem dúvidas muito mais financeiro do que agrícola, estas questões acima passam a ser decisivas para formação dos preços, podem acreditar. Sobre os fundos de investimentos, no dia 20 de julho, estes agentes apresentaram uma posição líquida vendida de 86.413 contratos de café na bolsa de Nova York. Foi a maior posição vendida das últimas décadas. Bateram recorde nas vendas pressionando o mercado para baixo.

As perguntas são duas: o que levou estes fundos venderem tanto café? E por último, será que existe mais espaço para mais vendas de contratos?

Em resposta a primeira pergunta, pode-se atribuir a venda as questões cambiais, aos juros nos EUA e ao cenário de risco que o mundo vive. Em todas as situações que o dólar se fortalece perante as demais moedas do globo, quem precisa comprar café ou outra mercadoria dolarizada, acaba tendo que desembolsar menos dólares, fato que faz o mercado ficar comprimido.

O aumento dos juros nos EUA aliado aos riscos e incertezas comerciais e políticas do mundo também contribui para que estes grandes fundos, abandonem investimentos como café, petróleo, ações, etc., e migrem para investimentos menos arriscados, como por exemplo títulos do tesouro americano. Obviamente este cenário confuso se fortalece com os fracos fundamentos do café, dando mais velocidade as vendas destes grandes fundos e especuladores.

Desta forma, em resposta a segunda pergunta, pode-se concluir que para que ocorra qualquer reversão de tendências no mercado de café, fazendo com que os preços se recuperem, haverá necessidade primeiramente de redução dos riscos sistêmicos (globais), que hoje incomodam aqueles que gostariam de investir neste mercado, inclusive os fundos, como também novas notícias do lado fundamentalista, que possam trazer alguma preocupação aos países consumidores do grão, sobre ameaças ao abastecimento futuro. 

Caso contrário não haverá nada de diferente em termos de preço no curto e no médio prazo. Para quem precisa vender a recomendação é ficar de olho nos movimentos que o mercado geralmente realiza. Venderá melhor quem estiver atento a este contexto. Em um passado recente chamava-se estes pequenos momentos de “janelas” de mercado. Atualmente chama-se de “gretas” de mercado, pois são curtos e rápidos demais. Quando pensar em vender já se foi a condição.

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